domingo, 15 de março de 2015

Diversidade de enforcamento?

Hoje a FDUFBA recebeu uma intervenção inusitada. O Justrote, fazendo referência ao ato de preconceito e agressividade ocorrido na FAUFBA, pendurou um boneco "playboy" enforcado na cantina, segurando um cartaz com os seguintes dizeres: "boas vindas à geração ENEM - Justrote pela diversidade".

A intenção de abarcar todxs xs calourxs, sem quaisquer distinções, na brincadeira do trote, porém, é facilmente ofuscada pela hostilidade utilizada no ato em questão. Em tempos de violência e humilhação nos trotes universitários, proporcionar um ambiente mais harmônico e acolhedor é de extrema importância para um melhor relacionamento entre todxs.

É por defender a bandeira de combate às opressões que a Gestão Baobá vem a público manifestar o seu repúdio à tal "brincadeira". Mesmo que o enforcamento simbólico não tenha sido feito em cima de uma minoria política, resta evidente o seu caráter opressor. A ironia em cima da comoção gerada pelo fato ocorrido na FAUFBA só demonstra insensibilidade ao combate ao racismo dentro da universidade e de todo um histórico de luta do movimento negro. Como se fosse pressuposto de que o racismo estivesse contido apenas no óbvio ato de repelir o negro e suas idiossincrasias, ignorando o sentido ofensivo e agressor em uma "mera brincadeira" de caráter simbólico.

Não acreditamos que o melhor caminho para receber xs novxs alunxs em nossa Faculdade seja o da intimidação, o da coação. Acreditamos, sim, que a integração entre calourxs e veteranxs tenha que ser promovida e que o trote pode ser uma experiência saudável para todxs. Por outro lado, tal conduta reforça uma postura de preconceito e hierarquização dentro da faculdade, postura essa repudiada pela Gestão Baobá. Portanto, convidamos a instituição para debater o assunto e melhor explicar as suas intenções à comunidade acadêmica.


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